RASTREADOR OCULAR COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM ALUNOS COM AUTISMO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
DOI:
10.69675/RCU.2763-7646.9623Palavras-chave:
Autismo, Aprendizagem, Rastreio ocularResumo
As dificuldades em avaliar a aprendizagem de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm sido um tema central de pesquisa no Brasil. O uso do rastreamento ocular, por não ser invasivo e não exigir respostas motoras complexas ou linguagem escrita, tem se mostrado particularmente relevante para o estudo de indivíduos com TEA. Este artigo apresenta os resultados de uma revisão integrativa sobre a aplicação do rastreador ocular como ferramenta de avaliação da aprendizagem de alunos com TEA. A metodologia utilizada consistiu em uma revisão bibliográfica de estudos realizados no Brasil sobre a avaliação da aprendizagem de crianças com TEA em idade escolar, da educação infantil até o final do ensino fundamental I, utilizando o rastreador ocular. Os resultados indicam que os participantes apresentam maior tempo de fixação em objetos familiares e coloridos, além de dificuldades em tarefas que envolvem organização frasal. Concluímos que o rastreamento ocular é uma ferramenta eficaz para avaliar a aprendizagem de crianças com TEA, oferecendo dados valiosos para a personalização de atividades de ensino, conforme as características individuais de cada aluno autista.
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