A superdotação invisível e a patologização de comportamentos desviantes da norma
Resumo
Apresenta-se como um dos desafios para a efetivação das políticas públicas educacionais que visam à inclusão da diversidade, a patologização da infância, isso porque, nesta concepção, diversos comportamentos são interpretados a partir de um crivo patológico. A transposição de questões escolares para o âmbito médico fundamenta-se, muitas vezes, no modelo de ensino tradicional em que há um perfil de “aluno ideal”, sendo corriqueiro que alunos que não se enquadram neste perfil sejam encaminhados para a área da saúde. O presente ensaio analisou a prescrição de metilfenidato a partir de estudo descritivo que utilizou dados secundários obtidos junto à Diretoria Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde em um município do interior de São Paulo visando discutir a patologização de comportamentos característicos de estudantes com altas habilidades/superdotação e sua intersecção com o processo de identificação.
Abstract
There are a great challenge for the effectiveness of public educational policies that aim to include diversity, currently, the pathologization of childhood, because, in this conception, several behaviors are interpreted based on a pathological sieve. The transposition of school questions to the medical field is often based on the traditional teaching model in which there is a profile of “ideal student”, and it is common for students who do not fit this profile to be referred to the health area. Thus, the present trial analyzed the prescription of methylphenidate from a cross-sectional study that used secondary data obtained from the Pharmaceutical Directorate of the Municipal Health Secretariat in a city in the interior of São Paulo in order to reflect on its impacts in relation to the identification of students with High Ability.
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