A superdotação invisível e a patologização de comportamentos desviantes da norma

Autores

Resumo

Apresenta-se como um dos desafios para a efetivação das políticas públicas educacionais que visam à inclusão da diversidade, a patologização da infância, isso porque, nesta concepção, diversos comportamentos são interpretados a partir de um crivo patológico. A transposição de questões escolares para o âmbito médico fundamenta-se, muitas vezes, no modelo de ensino tradicional em que há um perfil de “aluno ideal”, sendo corriqueiro que alunos que não se enquadram neste perfil sejam encaminhados para a área da saúde. O presente ensaio analisou a prescrição de metilfenidato a partir de estudo descritivo que utilizou dados secundários obtidos junto à Diretoria Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde em um município do interior de São Paulo visando discutir a patologização de comportamentos característicos de estudantes com altas habilidades/superdotação e sua intersecção com o processo de identificação.

Abstract

There are a great challenge for the effectiveness of public educational policies that aim to include diversity, currently, the pathologization of childhood, because, in this conception, several behaviors are interpreted based on a pathological sieve. The transposition of school questions to the medical field is often based on the traditional teaching model in which there is a profile of “ideal student”, and it is common for students who do not fit this profile to be referred to the health area. Thus, the present trial analyzed the prescription of methylphenidate from a cross-sectional study that used secondary data obtained from the Pharmaceutical Directorate of the Municipal Health Secretariat in a city in the interior of São Paulo in order to reflect on its impacts in relation to the identification of students with High Ability.

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Biografia do Autor

Carina Alexandra Rondini, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Bacharel em Matemática e Mestre em Matemática Aplicada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Estágio Pós-doutoral em Altas Habilidades/Superdotação pela Universidade de Purdue/USA. Especialização em Educação Especial Inclusiva pela Universidade Norte do Paraná - UNOPAR. Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional: Educação e Saúde pela FAMERP. Professora Assistente Doutor junto ao Departamento de Ciências de Computação e Estatística do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - IBILCE - Campus de São José do Rio Preto. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem (UNESP Bauru), linha de pesquisa - aprendizagem e ensino, e Professora Permanente do Programa Multidisciplinar Interunidades de Pós-Graduação Stricto Sensu Ensino e Processos Formativos (UNESP São José do Rio Preto/Ilha Solteira e Jaboticabal), linha de pesquisa - Tecnologias, Diversidades e Culturas. Coordenadora da Rede de Atendimento Integral ao Superdotado (RAIS). Orcid: http://orcid.org/0000-0002-5244-5402 Contato: carina.rondini@unesp.br

Bárbara Amaral Martins, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul: Corumbá, MS, BR

Professora do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal (UFMS/CPAN). Possui graduação em Pedagogia pelas Faculdades Integradas de Botucatu (UNIFAC), especializou-se em Psicopedagogia na Universidade do Sagrado Coração (USC), é Mestre em Educação pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus de Marília e Doutora em Educação pela mesma universidade, com Doutorado Sanduíche na Universidade do Minho - Portugal. Lidera o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Inclusiva (GEPEI), na UFMS/CPAN. Atuou como docente na educação básica, tanto em salas regulares quanto em salas de recursos multifuncionais. Integrou o PAPCS - Programa de Atenção a alunos Precoces com Comportamentos de Superdotação, da UNESP - Campus de Marília, no período de 2011 a 2014. Desenvolve pesquisas na área da Educação, tendo como foco de interesse: Formação de professores; Educação Especial; Precocidade; Altas habilidades/superdotação. Orcid: http://orcid.org/0000-0003-4278-1661 Contato: barbara.amts@gmail.com

Camila Incau

Pesquisadora bolsista Cnpq, facilitadora de graduação na Univesp, Mestre pelo Programa Multidisciplinar Interunidades de Pós-Graduação Strictu Senso: Ensino e Processos Formativos (UNESP São José do Rio Preto/Ilha Solteira/Jaboticabal) na linha de pesquisa Tecnologias, Diversidades e Culturas. Encontra-se em processo de conclusão da especialização em "Processos didático-pedagógico para cursos na modalidade à distância" pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP-Campus Assis), onde bolsista PIBIC e PROEX pelos projetos científicos e acadêmicos desenvolvidos. Também, foi representante discente suplente do Departamento de Psicologia Clínica. Atualmente desenvolve trabalhos na área da Psicologia direcionados a políticas públicas na saúde, construção diagnóstica no contemporâneo, formação inicial do psicólogo e patologização da vida. Orcid; https://orcid.org/0000-0001-7305-3638 Contato: camilaincau@hotmail.com

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Publicado

08/12/2020
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Como Citar

RONDINI, C. A.; MARTINS, B. A.; INCAU, C. A superdotação invisível e a patologização de comportamentos desviantes da norma. Revista Cocar, [S. l.], v. 14, n. 30, 2020. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/3652. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos