Narrativas indígenas e europeias presentes no Museu do Encontro – Forte do Presépio: perspectivas para uma prática decolonial na/da Amazônia

Indigenous and european narratives present in the museum of the Encounter – Forte do Presépio: perspectives for a decolonial practice in/of the Amazon

Resumo

As narrativas sobre indígenas e europeus presentes no espaço museológico arquitetônico Forte do Presépio revelam compreensões, percepções e visões de mundo sobre os indígenas amazônicos. Neste trabalho, de abordagem qualitativa, apresentamos e analisamos narrativas presentes no circuito expositivo “Museu do Encontro”, localizado na parte interna do Forte do Presépio, na cidade de Belém, estado do Pará, Brasil. Adotamos a observação livre, em que, a partir de um processo descritivo e analítico, destacam-se as seguintes temáticas: a) Canibalismo e Antropofagia: desvelando narrativas colonizadoras e b) As Icamiabas: entre mitos e lendas na/da região amazônica. A problematização dessas narrativas, sob a lente decolonial, indica a potencialidade desse espaço museológico para o desenvolvimento de práticas decoloniais, ao suscitar discussões sobre o olhar do colonizador e do colonizado, narrativas reveladoras da colonialidade advinda do encontro entre europeus e indígenas.

Palavras-chave: Museu do Encontro; Forte do Presépio; Educação decolonial.

Abstract

The narratives about indigenous peoples and europeans present in the Forte do Presépio reveal understandings, perceptions, and worldviews about Amazonian indigenous peoples. In this work, with a qualitative approach, we present and analyze narratives present in the exhibition circuit “Museu do Encontro”, located inside the Forte do Presépio, in the city of Belém, state of Pará, Brazil

 We adopted free observation, in which, from a descriptive and analytical process, highlight the following themes: a) cannibalism and anthropophagy: unveiling colonizing narratives and b) the Icamiabas: between myths and legends in the amazon region. The problematization of these narratives, under the lens of a decolonial perspective, indicates the potential of this museological space for the development of decolonial practices, by raising discussions about the colonizer's vision and the colonized, revealing narratives of coloniality arising from the meeting between europeans and Indigenous peoples.