Plantas como protagonistas de cadeias e teias alimentares em uma sequência didática investigativa
Plants as Protagonists in Food Chains and Webs in an Investigative Teaching Sequence
Resumo
Impercepção botânica é a incapacidade de reconhecer a importância das plantas em relação aos animais. Para enfrentar esse problema, aplicamos uma sequência didática investigativa (SDI) sobre cadeias e teias alimentares, desafiando 42 alunos da 2ª série do Ensino Médio a perceberem as plantas como protagonistas. A SDI teve cinco fases: engajamento, preparação para investigar, investigação, preparação para comunicar e comunicação. Os alunos exploraram cadeias e teias usando imagens da Caatinga, elaboraram hipóteses, tornaram-se responsáveis pela coleta, análise de dados, elaboração e apresentação das conclusões. A SDI foi finalizada com a discussão sobre os mecanismos descendentes e ascendentes das cascatas tróficas, evidenciando que tanto os predadores de topo quanto os produtores posicionam-se como seres ativos do processo de controle ecossistêmico.
Palavras-chave: Ensino por investigação; Ensino de botânica; Ensino de ecologia.
Abstract
Botanical imperception is the inability to recognize the importance of plants in relation to animals. To address this issue, we implemented an investigative teaching sequence (ITS) on food chains and webs, challenging 42 second-year high school students to perceive plants as protagonists. The ITS consisted of five phases: engagement, preparation for investigation, investigation, preparation for communication, and communication. Students explored food chains and webs using images from the Caatinga, formulated hypotheses, and took responsibility for data collection, analysis, and the development and presentation of conclusions. The ITS concluded with a discussion on the ascending and descending mechanisms of trophic cascades, highlighting that both apex predators and producers serve as active participants in the process of ecosystem control.
Keywords: Inquiry-based learning; Botany education; Ecology education.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Sheila Alves de; LIMA, Guilherme da Silva; PEREIRA, Bárbara Luiza Alves. Des/Fiando diálogos sobre o conceito de cadeia alimentar em uma aula de ciências nos anos iniciais do ensino fundamenal. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 21, p. e12436, 2019.
ANDRADE, Guilherme Trópia Barreto de. Percursos históricos de ensinar ciências através de atividades investigativas. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 13, n. 1, p. 121-137, 2011.
ARAÚJO, Laís Záu Serpa de. Aspectos éticos da pesquisa científica. Pesquisa odontológica brasileira, v. 17, p. 57-63, 2003.
BARBOSA, Larissa Tinoco; CALDERAN, Aline Martins Pereira; SOUZA, Celso Correia; GUEDES, Neiva Maria Robaldo. Conservação da biodiversidade: avaliação da percepção dos estudantes do Ensino Médio. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 362-376, 2019.
BEGON, Michael; TOWNSEND, Colin R. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 29 out. 2019.
CAIN, Michael; BOWMAN, William; HACKER, Sally. Ecologia. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
CARVALHO, Ana Maria Pessoa. Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino por Investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 3, n. 18, p. 765-794, dez. 2018.
CARVALHO, Ana Maria Pessoa; BARRETO, Maria Auxiliadora Motta. Ciências no Ensino Fundamental: contextualização das relações Ciência, Tecnologia e Sociedade no ensino de Botânica. Revista Espacios, v. 38, n. 10, p. 9-20, 2017.
CEARÁ. Lei nº 14.273, de 19 de dezembro de 2008. Dispõe sobre a criação das Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP, no âmbito da Secretaria de Educação, e dá outras providências. 2008. https://apeoc.org.br/wp-content/uploads/2010/11/LEI.n.14273de2008.pdf. Acesso em: 25 fev. 2024.
COSTA, Emanuelle Almeida; DUARTE, Rafaela Andressa Fonseca; SILVA, José Aparecido Gama. A gamificação da Botânica: uma estratégia para a cura da “cegueira Botânica”. Revista Insignare Scientia, v. 2, n. 4, p. 79-99, 2019.
DAMIANI, Magda Floriana. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Educar em Revista, n. 31, p. 213-230, 2008.
DAMIANI, Magda Floriana; ROCHERFORT, Renato Siqueira; CASTRO, Renato Siqueira; DARIZ, Marion Rodrigues; PINHEIRO, Silva Siqueira. Discutindo pesquisas do tipo intervenção pedagógica. Cadernos de Educação, n. 45, p. 57-67, 2013.
EUFRÁSIO, Maria Conceição Valetim; SILVEIRA, Andréa Pereira. O Ceará é totalmente circunscrito à Caatinga? O que dizem os livros didáticos e os professores do ensino médio?. Enciclopedia Biosfera, v. 14, n. 26, p. 1190-1204, 2017.
FEIDEN, Bruna Jaime; MOSER, Anna Maria Dalmonico; GOBBO, André; MACHADO, Alessandra Menezes da Luz. Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos nas instituições de Ensino Superior: uma estratégia para inibir a má conduta científica. Revista Científica Sophia, v. 11, n. 1, p. 141-153, 2019.
FIRMIANO, Ednaldo Pereira. Aprendizagem cooperativa na sala de aula. Programa de Educação em células cooperativas–PRECE, 2011. https://www.academia.edu/download/90141460/APOSTILA_DE_Aprendizagem_Cooperativa_Autor_Ednaldo_2_.pdf.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011a.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011b.
GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 22, n. 2, p. 201-210, 2006. https://doi.org/10.1590/S0102-37722006000200010.
GUREVITCH, Jessica; SCHEINER, Samuel; FOX, Gordon. 2009. Ecologia Vegetal. 2ed. Porto Alegre: Artmed.
HERSHEY, David. Plant blindness: “we have met the enemy and he is us”. Plant Science Bulletin, v. 48, n.3, p.78-85, 2002.
LEITE, Vinicius; MEIRELLES, Rosane MS. O ensino de botânica na Base Nacional Comum Curricular: construções, acepções, significados e sentidos. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 16, n. 2, p. 213-230, 2023. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2023.e91420.
MACHADO, Clara Carvalho; AMARAL, Marise Basso. Memórias Ilustradas: Aproximações entre Formação Docente, Imagens e Personagens Botânicos. Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 8, n.2, p. 7-20, 2015.
MAGNUSSON, Shirley J.; PALINCSAR, Annemarie Sullivan; TEMPLIN, Mark. In: FLICK, L.; LEDERMAN, N. (Eds.). Scientific Inquiry And The Nature Of Science: Implications for Teaching, Learning and Teacher Education. New York, NY: Kluwer Academic, p. 131-155, 2006.
MIRANDA, Ana Célia de Brito; JÓFILI, Zélia Maria Soares; LEÃO, Ana Maria dos Anjos Carneiro; LINS, Mônica. Alfabetização ecológica e formação de conceitos na Educação Infantil por meio de atividades lúdicas. Investigações em Ensino de Ciências, v. 15, n. 1, p. 181-200, 2010.
OLIVEIRA, Tiago Pinheiro; SILVA, Natália Ferreira. FIGUEIRÔA, Silvânia Miranda Ferreira; SALES, Eliemerson De Souza. A utilização de métodos construtivistas de ensino para a desconstrução da cegueira Botânica. Revista Vivências em Ensino de Ciências, v. 2, n. 1, p. 230-238, 2018.
PEDROSO, A. 2024. BBB x as plantas [Post no Instagram]. @biodiversidadeemfatias. Plataforma. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/C1-atoCx30V/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==> Acesso em: 11 jan. 2024.
RIBEIRO, Flávia Alves; SANTOS, Gabriel Jerônimo Silva; DE-CARVALHO, Plauto Simão. Estratégias didático-pedagógicas para o ensino de Botânica no Ensino Fundamental I. Revista Anápolis Digital, v. 11, n. 2, p. 107-125, 2020.
RICKLEFS, Robert; RELYEA, Rick. A Economia da Natureza. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
SALATINO, Antonio; BUCKERIDGE, Marcos. Mas de que te serve saber Botânica?. Estudos Avançados, v. 30, n. 87, p. 177-196, 2016.
SASSERON, Lucia Helena. Ensino de Ciências por Investigação e o Desenvolvimento de Práticas: Uma Mirada para a Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 18, n. 3, p. 1061-1085, 2018.
SCARPA, Daniela Lopes; CAMPOS, Natália Ferreira. Potencialidades do ensino de Biologia por Investigação. Estudos Avançados, v. 94, n. 32, p. 25-41, 2018.
SCARPA, Daniela Lopes; SASSERON, Lúcia Helena; SILVA, Maíra Batistoni. O Ensino por Investigação e a Argumentação em Aulas de Ciências Naturais. Revista Tópicos Educacionais. Recife, v. 23, n. 1, p. 7-27, 2017.
SEMECHECHEM, Jakeline. A participação oral em uma sala de aula de Escola Pública: modelos interacionais na construção conjunta (ou não) do conhecimento. Revista Eletrônica de Linguística, v. 6, n. 1, p. 528-549, 2012.
SILVA, Maíra Batistoni; GEROLIN, Eloísa Cristina; TRIVELATO, Sílvia L. Frateschi. A Importância da Autonomia dos Estudantes para a Ocorrência de Práticas Epistêmicas no Ensino por Investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 18, n. 3, p. 905-933, 2018.
TEIXEIRA, Paulo Marcelo Marini. Produção acadêmica em ensino de biologia: análise sobre dissertações e teses e derivações reflexivas para a área de educação em ciências. Revista Brasileira de Educação, v. 26, p. e260097, 2022.
URSI, Suzana; BARBOSA, Pércia Paiva; SANO, Paulo Takeo; BERCHEZ, Flávio Augusto De Souza. Ensino de Botânica: conhecimento e encantamento na educação científica. Estudos Avançados, v. 32, n. 94, p. 7-24, 2018.
URSI, Suzana; SALATINO, Antonio. É tempo de superar termos capacitistas no ensino de Biologia: impercepção botânica como alternativa para "cegueira botânica". Boletim de Botânica, v. 39, p. 1-4, 2022.
WANDERSEE, James H.; SCHUSSLER, Elisabeth E. Preventing plant blindness. The American biology teacher, v. 61, n. 2, p. 82-86, 1999.
ZÔMPERO, Andreia Freitas; LABURÚ, Carlos Eduardo. Atividades investigativas no ensino de ciências: aspectos históricos e diferentes abordagens. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 13, n. 3, p. 67-80, 2011.




















