Colonialidade e raça: implicações eurocêntricas para o currículo
Resumo
Este artigo pretende discutir a colonialidade do poder, em especial a raça como invenção moderno-colonial para dominar e hierarquizar a população mundial. No cenário brasileiro a raça como forma de classificação traz implicações simbólicas e materiais. Torna-se complexa sua superação diante da ambiguidade do racismo brasileiro, do mito da democracia racial e da miscigenação. Na educação percebemos que, apesar das modificações alcançadas pelo movimento negro, existe resistência para tornar o espaço escolar mais democrático. A produção da identidade e da diferença é um dos mecanismos de reprodução e fortalecimento de identidades hegemônicas, assim como, da inferiorização dos tidos como diferentes. Concluímos, portanto, que o conhecimento é entendido como central para tornar o currículo e a escola representantes e acolhedores a todos os grupos sociais. Destacamos aspectos para enfrentamento da lógica eurocêntrica do currículo, como a formação de professores voltada para a diferença, a raça e o racismo, para práticas de leitura e escritas efetivas. E ainda, a produção da diversidade como multiplicidade, o questionamento do conhecimento ocidental como único válido, abrindo espaço para outros tipos de conhecimento e o afrocentramento.
Abstract
This article aims to discuss the coloniality of power, especially race as a modern-colonial invention to dominate and hierarchize the world population. In the Brazilian scenario, race as a form of classification has symbolic and material implications. Its overcoming becomes complex in the face of the ambiguity of Brazilian racism, the myth of racial democracy and miscegenation. In education we realize that, despite the changes achieved by the black movement, there is resistance to make the school space more democratic. The production of identity and difference is one of the mechanisms for the reproduction and strengthening of hegemonic identities, as well as the inferiorization of those considered to be different. We conclude, therefore, that knowledge is understood as central to making the curriculum and the school representative and welcoming to all social groups. We highlight aspects for coping with the Eurocentric logic of the curriculum, such as teacher training focused on difference, race and racism, for effective reading and writing practices. And yet, the production of diversity as multiplicity, the questioning of Western knowledge as the only valid one, opening space for other types of knowledge and Afrocentricity.
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