Implicações para a prática do professor de Biologia ao lecionar em diferentes locais de trabalho
Implications for a biology teacher when teaching in different work contexts
Resumo
Pertencentes a uma categoria social, os professores são influenciados pelo contexto no qual estão inseridos, alterando comportamentos, atitudes e procedimentos em função disso. Essa pesquisa analisou as influências externas recebidas por uma professora de Biologia inserida em dois contextos de trabalho distintos, uma escola cívico-militar e uma escola de ensino regular. A pesquisa é de abordagem qualitativa e descritiva. Os dados analisados pela análise textual discursiva (ATD) foram constituídos por observações das aulas e por uma entrevista semiestruturada. Como resultados, o tipo de gestão escolar influenciou as ações da professora. Na escola cívico- militar, a autonomia docente é limitada, principalmente quando temas controversos e sensíveis da Biologia são abordados. Ademais, a disciplina mencionada como um diferencial dessas escolas cria um ambiente de revolta entre os alunos.
Palavras-chave: Formação continuada, Ensino de Biologia, Autonomia docente.
Abstract
Belonging to a social category, teachers are influenced by the context in which they work, changing their behavior, attitude and procedure accordingly. This research analyzed the external influences received by a biology teacher in two different work contexts: a civic-military school and a regular education school. The research is qualitative and descriptive. The data analyzed by discursive textual analysis (DTA) consisted of teacher’s classes observations and a semi-structured interview. The results showed that the type of school management influenced the teacher's actions. In the civic-military school, teacher autonomy is limited, especially when it comes to controversial and sensitive biology topics. In addition, the control of discipline mentioned as a differential of these schools creates an atmosphere of revolt among the students.
Keywords: Continuing education, Teaching Biology, Teaching autonomy.
Downloads
Referências
ALARCÃO, Isabel. Professor-investigador: Que sentido? Que formação. Formação profissional de professores no ensino superior, v. 1, p. 21-31, 2001.
ALVES, Miriam Fábia; TOSCHI, Mirza Seabra. A militarização das escolas públicas: uma análise a partir das pesquisas da área de educação no Brasil. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 35, n. 3, p. 633-647, 2019.
ALVES, Miriam Fábia; SANTOS, Catarina de Almeida; BORDIN, Marcelo. Militarização da educação e da escola no âmbito
da hipermilitarização do Estado brasileiro. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 17, n. 37, p. 41-60, jan./abr. 2023.
BAALBAKI, Angela Aiche Kittlaus. Burocracia e controle das escolas estaduais do Paraná: o registro de classes on-line. 2022. Dissertação (Mestrado em Sociedade, cultura e fronteiras) Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu, 2022.
BRASIL. Decreto No 9.465, de 2 de janeiro de 2019. Disponível em: https:// www.conjur.com.br/dl/decreto-9465-janeiro-2019-ensino-militar.pdf. Acesso em: 10 out 2023.
BRASIL. Normas Reguladoras do Regime Disciplinar. Anexo E ao Regimento Interno dos Colégios Militares - RI/CM. Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (DEPA), 2019. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação, Manual das Escolas Cívico – Militares, 2020. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/component/content/article/211-noticias/218175739/85211-manual-das-escolas-civico-militares-prioriza-a-formacao-integral-dos-estudantes-o-projeto-pedagogico-e-a-gestao-escolar?Itemid=164> Acesso em: 10.outubro.2023.
CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. Democratização do ensino revisitado. Educação e Pesquisa, v. 30, p. 327-334, 2004.
CARVALHO, Anna Maria Pessoa. Estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
DIAS, Zenilda Rodrigues; RIBEIRO, Adalberto Carvalho. Escolas cívicos militares: conservadorismo e retrocesso na educação brasileira. Revista Teias, v. 22, n. ESPECIAL, p. 406-426, 2021.
DICICCO‐BLOOM, Bárbara; CRABTREE, Benjamin F. The qualitative research interview. Medical education, v. 40, n. 4, p. 314-321, 2006.
FISCARELLI, Rosilene Batista de Oliveira. Material didático e prática docente. Revista Ibero-Americana de estudos em educação, v. 2, n. 1, p. 31-39, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.
HAYDT, Regina Célia. Curso de didática geral. 1 ed. São Paulo: Ática, 2011.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Edusp, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 2006.
MARTINS, André Antunes. Sobre os dias atuais: neoconservadorismo, escolas cívico-militares e o simulacro da gestão democrática. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 35, n. 3, p. 689-699, 2019.
MORAES, Roque. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação (Bauru), v. 9, p. 191-211, 2003.
MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise textual discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação (Bauru), v. 12, p. 117-128, 2006.
NÓVOA, António. Formação de Professores e a profissão docente. In: NÓVOA, Antônio (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Don Quixote, 1992. p. 15-34.
PIFFERO, Eliane de Lourdes Fontana; SOARES, Renata Godinho; COELHO, Carolina Pugliero; ROEHRS, Rafael. Metodologias Ativas e o ensino de Biologia: desafios e possibilidades no novo Ensino Médio. Ensino & Pesquisa, v. 18, n.2, p.48-63, 2020.
RIBEIRO, Adalberto Carvalho; RUBINI, Patrícia Silvia. Do Oiapoque ao Chuí- As escolas civis militarizadas: a experiência no extremo norte do Brasil e o neoconservadorismo da sociedade brasileira. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 35, n. 3, p. 745-765, 2019.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Editora Vozes Limitada, 2012.




















