An indigo blue: exploration and trade of Amazonian indigo in Portuguese America during the 18th century
Um azul cor de anil: exploração e comércio do anil amazônico na América portuguesa durante o século XVIII
Resumo
A importância do anil, uma especiaria tintória, na América portuguesa do século XVIII destaca-se como um elemento crucial na colonização. Apesar de ter impulsionado a agricultura, suas atividades agrícolas foram efêmeras e não alcançaram o mesmo êxito de outras commodities. No entanto, o cultivo do anil proporciona insights valiosos sobre a colonização portuguesa, abordando temas como as condições de trabalho dos indígenas, a diversificação econômica da colônia e as inovações testadas nas fábricas de anil. A análise dessas atividades também incita uma reflexão sobre a abordagem histórica em relação às espécies vegetais, destacando a necessidade de estudar não apenas os gêneros dominantes, como cana-de-açúcar e café, mas também plantas e comércios de menor destaque. Compreender os motivos do insucesso econômico é tão crucial quanto analisar os triunfos em outros setores.
Palavras-chave: Anil; Drogas do sertão; América portuguesa.
Abstract
The importance of indigo, a dyeing spice, in 18th-century Portuguese America stands out as a crucial element in colonization. Despite boosting agriculture, its farming activities were short-lived and did not achieve the same success as other commodities. Nevertheless, the cultivation of indigo provides valuable insights into Portuguese colonization, addressing themes such as the working conditions of indigenous people, the economic diversification of the colony, and innovations tested in indigo factories. The analysis of these activities also prompts reflection on the historical approach to plant species, emphasizing the need to study not only dominant genres like sugarcane and coffee but also plants and trades of lesser prominence. Understanding the reasons for economic failure is as crucial as analyzing triumphs in other sectors.
Keywords: Indigo; Hinterland drugs; Portuguese America.
Downloads
Referências
ALDEN, Dauril. The growth and decline of indigo production in colonial Brazil: a study in comparative economic history. Journal of Economic History, v.25, n.1, p.35-60, 1965.
CAMPOS, Janaina K. L. et al. Indigofera suffruticosa Mill. (Anil): plant profile, phytochemistry, and pharmacology review. Advances in Pharmacological and Pharmaceutical Sciences, p. 1-6, 2018.
CARNEIRO, Henrique. Transformações do significado da palavra droga: das especiarias coloniais ao proibicionismo contemporâneo. In: VENANCIO, Renato Pinto; CARNEIRO, Henrique (orgs.). Álcool e drogas na história do Brasil. São Paulo: Alameda; Belo Horizonte: Editora PUCMinas, 2005.
CARREIRA, Antônio. A Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. O comércio monopolista: Portugal-África-Brasil na segunda metade do século XVIII, v.1, São Paulo: Editora Nacional, 1988a.
CARREIRA, Antônio. A Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. O comércio monopolista: Portugal-África-Brasil na segunda metade do século XVIII. Documentos, vol. 2, São Paulo, Editora Nacional, 1988b.
CHAMBOULEYRON, Rafael; CARDOSO, Alírio. As cores da conquista: produtos tintórios e anil no Maranhão e Grão-Pará (século XVII). Locus: revista de história, Juiz de Fora, v.20, n.1, p.61-82, 2014.
COELHO, Mauro Cezar. O Diretório dos Índios e as chefias indígenas: uma inflexão. Campos - Revista de Antropologia, v. 7, n. 1, p. 117-134, 2006.
CONCEIÇÃO, Gisele Cristina da. Ciência, poder e circulação de conhecimento no século XVIII: Ribeiro Sanches e o Brasil colonial. Topoi, Rio de Janeiro, v.20, n.42, 2019, p.818-841.
DANIEL, João. Tesouro descoberto no rio Amazonas. v.1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976.
DEAN, Warren. A botânica e a política imperial: introdução e adaptação de plantas no Brasil colonial e imperial. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 1989.
DOMINGUES, Angela. Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a constituição de redes de informação no Império português em finais do Setecentos. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, v.VIII, 2001.
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem Filosófica ao Rio Negro. Belém: Círculo do Livro; Museu Emílio Goeldi, 1983.
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Diário do rio Branco. In: SOARES, José Paulo Monteiro; FERRÃO, Cristina (orgs.). Viagem ao Brasil de Alexandre Rodrigues Ferreira. V.3. Petrópolis: Kapa Editorial, 2007.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 8ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
KURY, Lorelai. Homens de ciência no Brasil: impérios coloniais e circulação de informações (1780-1810). História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.11, n.1, p.109-129, 2004.
LIMA, Américo Pires de. O doutor Alexandre Rodrigues Ferreira: documentos coligidos e prefaciados por Américo Pires de Lima. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1953.
MENDONÇA, Marcos Carneiro de. A Amazônia na era Pombalina. Correspondência inédita do Governador e Capitão-General do Estado do Grão Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, 1751-1759. São Paulo: Carioca; IHGB, 1963a.
MENDONÇA, Marcos Carneiro de. A Amazônia na era Pombalina. Correspondência inédita do Governador e Capitão-General do Estado do Grão Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, 1751-1759. São Paulo: Carioca; IHGB, 1963b.
MORAES, José Xavier de. História da Companhia de Jesus na extincta Provincia do Maranhão e Pará, pelo padre José Xavier de Moraes. Rio de Janeiro: Typographia do Commercio de Brito e Braga; Travessa do ouvidor, 1860.
PAPAVERO, Nelson et al. Os escritos de Giovanni Angelo Brunelli, astrônomo da Comissão Demarcadora de Limites portuguesa (1753-1761), sobre a Amazônia brasileira. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, Belém, v.5, n.2, p.493-533, 2010.
PESAVENTO, Fábio; MONTEIRO, Sérgio. Jogos coloniais: mudança institucional e desempenho econômico, o caso da diversificação agrícola no Rio de Janeiro–1750-1800. Encontro Nacional de Economia, v.34, 2006.
REIS, Alexander Lima. Ciência e técnica na produção do corante do anil e da cochonilha no Rio de Janeiro colonial (1772-1789). Meridional Revista Chilena de Estudios Latinoamericanos, v.3, p.37-59, 2014.
ROLLER, Heather Flynn. Expedições coloniais de coleta e a busca por oportunidades no sertão amazônico, c. 1750-1800. Revista de História, v. 168, p.201-243, 2013.
SAMPAIO, Francisco Xavier Ribeiro. Diario da viagem que em visita, e correição das povoações da capitania de S. Joze do Rio Negro fez o Ouvidor, e Intendente geral da mesma Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio no anno de 1774 e 1775; exornado com algumas noticias geograficas, e hydrograficas da dita capitania, com outras concernentes á historia civil, politica, e natural della, aos uzos, e costumes, e diversidade de nações de indios seus habitadore/s, e á sua população, agricultura, e commercio. Lisboa: Typografia da Academia, 1825.
SANTOS, António César de Almeida. Aritmética política e a administração do estado português na segunda metade do século XVIII. In: DORÉ, Andréa; SANTOS, Antonio Cesar de Almeida (orgs.). Temas Setecentistas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008.
SANTOS, Christian Fausto Moraes dos. Bíblia in natura: milenarismo e lições da natureza na história natural do século XVIII. In: MOREIRA, Luiz Felipe Viel (org.). Estado territorio etno-nacionalidade. Curitiba: Instituto Memória Editora e Projetos Culturais, 2009.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. A História Natural no Brasil antes das viagens do Príncipe Maximiliano. Oceanos, Lisboa, v. 24, p.12-24, 1995.
SOUZA JÚNIOR, José Alves de. Negros da terra e/ou negros da Guiné: Trabalho, resistência e repressão no Grão-Pará no período do Diretório. Afro-Ásia, Salvador, v.48, p.173-211, 2013.
VALE, Stephanie Lopes do. Na ordem de quem? Desavenças de hierarquia na diretoria dos indígenas. In: PIO JÚNIOR, Amaury Oliveira; SILVA FILHO, Eduardo Gomes da (orgs.). Uma viagem pela História da Amazônia. Manaus: PREMIUM, 2016.
