Reinterpretando o triângulo de Johnstone: o papel constitutivo da linguagem e suas contribuições para a experimentação no ensino de Química

Reinterpreting Johnstone's triangle: the constitutive role of language and its contributions to experimentation in Chemistry teaching

Autores

Palavras-chave:

Formação de professores, Triângulo de Johnstone, Linguagem Química

Resumo

Nosso objetivo é analisar o papel da linguagem química na articulação concreto-abstrata em uma proposta experimental envolvendo o ensino de solubilidade. Para tal discutiremos a tríade de Johnstone problematizando o papel da linguagem no ensino de química, por meio da construção e análise de um guia experimental. Com base em contribuições da abordagem histórico-cultural, iremos discutir o guia experimental demonstrativo-investigativo elaborado por uma dupla de estudantes da Licenciatura em Química de uma universidade paulista. Podemos concluir que os processos de ensino e aprendizagem de química devem estar apoiados na linguagem química a fim de propiciar a produção de generalizações e formação de novos conceitos que surgem simultaneamente àqueles já aprendidos e que podem ser ampliados e ressignificados.

Palavras-chave: Formação de Professores; Triângulo de Johnstone; Linguagem Química.

 

Abstract

Our aim is to analyze the role of chemical language in the concrete-abstract articulation in experimental proposal involving the solubility teaching. For this purpose, we will discuss Johnstone's triad, problematizing the role of language in chemistry teaching, through the construction and analysis of experimental guide. Supported by contributions from the historical-cultural approach, we will discuss an experimental demonstrative-investigative guide prepared by a pair of undergraduate students in Chemistry at university in São Paulo. We can conclude that chemistry teaching and learning’ processes must be supported by the chemical language in order to facilitate the production of generalizations, and new concepts formation that arise simultaneously with those already learned and that can be expanded and resignificated.

Keywords: Teacher Training; Johnstone's Triangle; Chemistry Language.

 

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago Antunes-Souza, Unifesp

Graduado em Química-Licenciatura pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e Doutor em Educação pela mesma instituição. É Professor Adjunto da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), atuando no curso de Licenciatura em Ciências do campus Diadema. É Professor Colaborador da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE/UNICAMP) e orientador do Programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM/UNICAMP). ORCID iD https://orcid.org/0000-0002-5881-8855. E-mail: tasouza@unifesp.br

Helga Gabriela Aleme, Unifesp

Graduada em Química, Mestre em Química E Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui pós-doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP), com a temática de Percepção Pública de Ciência e Tecnologia. É professora adjunta na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), atuando no curso de Licenciatura em Ciências do campus Diadema. ORCID iD https://orcid.org/0000-0001-8679-1541. E-mail: hgaleme@unifesp.br

Referências

ANTUNES-SOUZA, T. (Re)Elaborações de concepções sobre docência, experimentação e ciência na formação inicial de professores de química. 193 f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Metodista de Piracicaba, Pós-Graduação em Educação, Piracicaba. 2018.

ANTUNES-SOUZA, T. Experimentação no ensino de Química: a urgência do debate epistemológico na formação inicial de professores. REEC. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 20 (3), p. 335-358., 2021.

GALIAZZI, M. DO C.; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em Química. Química Nova, 27(2), 326-331, 2004. https://doi.org/10.1590/S0100-40422004000200027

GILBERT, J. K.; TREAGUST, D. Multiple representations in Chemical Education: models and modeling in science education. Springer Science+Business, 2009.

GÓES, M. C. R. A aprendizagem e o ensino fecundo: apontamentos na perspectiva da abordagem histórico-cultural. In: PERES, E. et al. (org.). Trajetórias e processos de ensinar e aprender: sujeitos, currículo e cultura. EDIPUCRS, p. 37-51, 2008.

JOHNSTONE, A. H. Teaching of chemistry – logical or psychological? Chemistry Education: Research and Practice in Europe, 1(1), 9-15, 2000. https://doi.org/10.1039/A9RP90001B

JOHNSTONE, A. H. Why is Science difficult to learn? Things are seldom what they seem. Journal of Computer Assisted Learning. 7, 75 – 83, 1991.

JOHNSTONE, A. H. Macro and microchemistry. The School Science Review, 64(227), 377-379, 1982.

LURIA, A. R. Curso de Psicologia Geral. Civilização Brasileira, 1979.

LURIA, A. R. A psicologia experimental e o desenvolvimento infantil. In: VIGOTSKI, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Editora da Universidade de São Paulo, p. 85 – 102, 2010.

MACHADO, A. H. Pensando e Falando sobre fenômenos químicos. Química Nova na Escola, 12, 38 – 42, 2000. Recuperado de http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc12/v12a09.pdf

MACHADO, A. H.; MORTIMER, E. F. Química para o ensino médio – fundamentos, pressupostos e o fazer cotidiano. In: ZANON, L. B.; MALDANER, O. A. (Orgs). Fundamentos e Propostas de Ensino de Química para a Educação Básica no Brasil. Unijuí, p. 21-41, 2007.

PRAIA, J.; CACHAPUZ, A.; GIL-PÉREZ, D. A hipótese e a experiência científica em educação em ciência: contributos para uma reorientação epistemológica. Ciência & Educação, 8(2), p. 253-262, 2002. https://doi.org/10.1590/S1516-73132002000200009

SCHNETZLER, R.; ANTUNES-SOUZA, T. Proposições didáticas para o formador químico: a importância do triplete químico, da linguagem e da experimentação investigativa na formação docente em química. Química Nova, 42(8), p. 947-954, 2019. https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170401

SCHNETZLER, R. P. Alternativas didáticas para a formação docente em Química. In: CUNHA, A. M. de O. (Org). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Autêntica, p. 149 – 166, 2010.

SILVA, R. R. De; MACHADO, A.; TUNES, E. Experimentar sem medo de errar. In: SANTOS, W. E MALDANER, O. A. (Orgs). Ensino de Química em foco, Ijuí: Editora Unijuí, p. 195-216, 2019.

Silveira Júnior, C.; Machado, A. H. A linguagem e o outro no processo de compreensão de conteúdos conceituais químicos. In: Anais do XVIII ENEQ, Florianópolis, p. 1-12, 2016. Recuperado de http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0032-1.pdf

SMOLKA, A. L. B. Ensinar e significar: as relações de ensino em questão ou das outras (não) coincidências nas relações de ensino. In: NOGUEIRA, A. L. H.; SMOLKA, A. L. B. (Orgs.). Questões de desenvolvimento humano. Mercado de Letras, p. 109-129, 2010.

TABER, K. Exploring the language(s) of chemistry education. Chemical Education Research and Practice, 16, p. 193 – 197, 2015. DOI https://doi.org/10.1039/C5RP90003D

TABER, K. Learning at the Symbolic Level. In GILBERT, J. K.; TREAGUST, D. (Editors). Multiple representations in Chemical Education: models and modeling in science education. Springer Science+Business, pp. 75-108, 2009.

TABER, K. Revisiting the chemistry triplet: drawing upon the nature of chemical knowledge and the psychology of learning to inform chemistry education. Chemical Education Research and Practice, 14, 156 -168, 2013. https://doi.org/10.1039/C3RP00012E

TALANQUER, V. Macro, Submicro, and Symbolic: The many faces of the chemistry “triplet”. International Journal of Science Education, 33, n. 2, 179–195, 2011. https://doi.org/10.1080/09500690903386435

TALANQUER, V. Chemical rationales: another triplet for Chemical thinking. International Journal of Science Education, 40, n.15, 1874–1890, 2018. https://doi.org/10.1080/09500693.2018.1513671

THOMAS, G.P. ‘Triangulation:’ an expression for stimulating metacognitive reflection regarding the use of ‘triplet’ representations for chemistry learning. Chemistry Education Research and Practice, 18, n. 4, 533-548, 2017. https://doi.org/10.1039/C6RP00227G

VIGOTSKI, L. S. Obras escogidas II: problemas de psicología general. Visor. 1931/1993.

VIGOTSKI, L. S. Obras escogidas II: pensamento y linguaje, conferencias sobre psicología. Machado Grupo de distribuición. 1934/2014.

VIGOTSKI, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKI, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Editora da Universidade de São Paulo, pp. 103 – 117, 2010/1934.

WARTHA, E. J., & REZENDE, D. B. Os níveis de representação no ensino de química e as categorias da semiótica de Peirce. Investigações em Ensino de Ciências, 16 (2), 275-290, 2011. https://doi.org/10.1590/1516-731320150010004

WENZEL, J. A. A significação conceitual em química em processo orientado de escrita e reescrita e a ressignificação da prática pedagógica. Tese (doutorado) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2013.

Downloads

Publicado

30/10/2023
Métricas
  • Visualizações do Artigo 187
  • pdf downloads: 113

Como Citar

ANTUNES-SOUZA, T.; ALEME, H. G. Reinterpretando o triângulo de Johnstone: o papel constitutivo da linguagem e suas contribuições para a experimentação no ensino de Química: Reinterpreting Johnstone’s triangle: the constitutive role of language and its contributions to experimentation in Chemistry teaching . Revista Cocar, [S. l.], v. 19, n. 37, 2023. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/7410. Acesso em: 7 maio. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)