Arte como convívio e o currículo de Arte para o Ensino Médio

Art as a convivial dimension and the curriculum of Art for High School

Autores

Palavras-chave:

Convivialidade, Currículo de Arte, Ensino Médio

Resumo

Neste artigo, assume-se a necessidade de pensar a convivialidade como um operador curricular do Ensino da Arte no Ensino Médio para a formação integral de estudantes, voltada ao desenvolvimento pleno dos sujeitos em suas múltiplas dimensões. Insere-se o termo convivialidade no campo das humanidades, dissociando-a da natureza utilitária-capitalista. Apoia-se nas proposições de Dubatti (2014), Ruffini (2004) e Bourriaud (2009) para pensar uma dimensão ecológica dos saberes e fazeres na Arte como possibilidades contextuais e materiais do convívio artístico em tempo dilatado. Cooperação e conflito são assumidas propositivamente como duas dimensões da convivialidade. Conclui-se que, apesar de a dimensão convivial estar presente na Lei de Diretrizes e Bases como um dos eixos da Educação Básica, ela não ganha destaque nos demais documentos normativos e curriculares.

Palavras-chave: Convivialidade; Currículo de Arte; Ensino Médio

 

Abstract

This article assumes the need to think of conviviality as a curricular operator for Art Education in High School. The term conviviality is inserted in the field of humanities, dissociating it from its utilitarian-capitalist conception. It is based on the propositions of Dubatti (2014), Ruffini (2004) and Bourriaud (2009) to think of an ecological dimension of knowledge and practices in Art. This dimension of knowledge is configured from possibilities of artistic coexistence in extended time. Cooperation and conflict are assumed purposefully as two dimension of conviviality. It is concluded that, although the convivial dimension is present in the Law of Guidelines and Bases as one of the axes of Basic Education, it is not highlighted in other normative and curricular documents.

Keywords: Conviviality; Art Curriculum; High School.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliano Casimiro de Camargo Sampaio, UFT

Diretor e ator de teatro, professor da Licenciatura em Teatro e da Licenciatura em Música da UFT, docente-orientador no PPG-Artes da mesma Universidade. Pós-Doutor em Arte, em Educação e em Psicologia, Doutor e Mestre em Psicologia, Bacharel em Artes Cênicas e Licenciado em Teatro. Coordena o Laboratório de Composição Poética Cênica, Narratividade e Construção de Conhecimento (CONAC/UFT). Presidente da Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB), gestões 2022-23 e 2024-25. E-mail: juliano.casimiro@uft.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8952-1368

 

Adriana dos Reis Martins, UFT

Professora da Licenciatura em Teatro e da Licenciatura em Música da UFT, docente-orientadora no PPG-Artes da mesma Universidade. Pós-doutora em Linguística e Literatura, Doutora em Artes (Programa de Pós-Graduação em Artes – IA/UNESP - Dinter Interinstitucional UNESP – UFT) e Mestre em Música (UFG). Diretora financeira da Federação de Arte/Educadores do Brasil, FAEB, gestões 2022-23 e 2024-25. E-mail: adrianaarte@uft.edu.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2021-3500)

Rejane Reckziegel Ledur, IFRS

Professora aposentada da Rede Municipal de Ensino de Canoas (RS) e professora substituta de Artes no IFRS-Campus Canoas. Doutora e Mestre em Educação e  Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas (UFRGS). Diretora de Relações Institucionais da Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB), Gestão 2022/2023 e Vice-Presidente da FAEB, Gestão 2024/2025. Integra o Grupo de Pesquisa em Educação e Arte - GEARTE/UFRGS/PPGEDU/CNPq. Editora Associada da Revista GEARTE/UFRGS. E-mail: rejaneledur@gmail.com   Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9581-399X

 

Referências

BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

BRASIL. Resolução CNE/CEB, nº 2, de 13 de novembro de 2024. Brasília, 2024.

BRASIL. Plano Nacional de Educação 2014-2024: Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2014.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

CONQUERGOOD, Dwigth. Poetics, play, process and Power: the performative turn in anthropology. Text and Performance Quaterly, 9, 1, p. 82-88, 1989.

COSTA, Sérgio. The neglected nexus between conviviality and inequality. Novos Estudos Cebrap. v. 38 n. 01. Número temático: Conviviality dossier, 2019, p. 15-32. Disponível em: https://www.scielo.br/j/nec/a/zxmJqDDPDBVtmCXym3NMJMb/ Acesso em: 16 Ago 2025

DUBATTI, Jorge. A questão epistemológica nos Estudos Teatrais. Revista Moringa - Artes do Espetáculo, João Pessoa, v. 3, n. 1, p. 22-30, 2012.

DUBATTI, Jorge. Experiência teatral, experiência tecnovivial: nem identidade, nem campeonato, nem superação evolucionista, nem destruição, nem vínculos simétricos. Rebento, São Paulo, no. 14, pp. 254-269, Jan-Jun 2021.

DUBATTI, Jorge. Teatro, arte, ciencias del arte y epistemología: una introducción. Repertório, Salvador, nº 20, p.65-76, 2013.

DUBATTI, Jorge. Teatro como acontecimento convival: uma entrevista com Jorge Dubatti. Entrevista concedida à Luciana Eastwood Romagnolli e Mariana de Lima Muniz, em fev. 2014, nas dependências Centro Cultural de la Cooperación, Buenos Aires, Argentina. Urdimento, v.2, n.23, p 251-261, dezembro 2014. DOI: http:/dx.doi.org/10.5965/1414573102232014251

ETTE, Ottmar. Konvivenz. Literatur und Leben nach dem Paradies. Berlin: Kadmos, 2012.

ILLICH, Ivan. Tools for Conviviality. New York: Harper & Row, 1973.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.

MACHADO, Marina Marcondes. Só Rodapés: Um glossário de trinta termos definidos na espiral de minha poética própria. Rascunhos, Uberlândia v. 2 n. 1 p. 53-67, jan.-jun. 2015.

MARTINS, Adriana dos Reis. Currículo de arte na educação de tempo integral de uma escola de Palmas/TO: uma percepção institucional e dos professores. 2019. 176 f. Tese (Doutorado Dinter em Artes) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes e Universidade Federal do Tocantins, 2019.

PAIVA, F. R. S.; AZEVEDO, D. S.; COELHO, L. M. C. da C. Concepções de educação integral em propostas de ampliação do tempo escolar. Instrumento: R. Est. Pesq. Educ., Juiz de Fora, v. 16, nº 1, p. 47-58, janº/junº 2014. Disponível em: http://ojs2.ufjf.emnuvens.com.br/revistainstrumento/article/view/18892/9988 Acesso em: 01 Abr 2025.

RUFFINI, Franco. Stanislavskij e o “teatro laboratório”. Revista da FUNDARTE. Montenegro. Fundarte. Vol. IV, n. 08, p.04-15, jul./dez. 2004.

SAMPAIO, Juliano Casimiro de Camargo. Intencionalidade Pedagógica em Arte. Arte da Cena (Art on Stage), Goiânia, v. 10, n. 2, p. 148–177, 2025.

DOI: 10.5216/ac.v10i2.79540Disponível em: https://revistas.ufg.br/artce/article/view/79540 Acesso em: 15 Abr 2025.

TEIXEIRA, Anísio. Dewey e a filosofia da educação. Boletim Informativo CAPES. Rio de Janeiro, nº 85, p. 1-2, dez. 1959. Disponível em: http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/produde.htm Acesso em: 20 Mar 2025

Downloads

Publicado

10/10/2025

Como Citar

SAMPAIO, J. C. de C.; MARTINS, A. dos R.; LEDUR, R. R. Arte como convívio e o currículo de Arte para o Ensino Médio: Art as a convivial dimension and the curriculum of Art for High School. Revista Cocar, [S. l.], n. 40, 2025. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/10887. Acesso em: 7 dez. 2025.