Entre Joãozinhos e Mariazinhas

a educação transviada como uma aposta contrassexual na escola

Autores

Palavras-chave:

educação transviada, contrassexualidade, cistheteronormatividade.

Resumo

A escola, enquanto instituição social, atua sob a perspectiva das relações de poder e reproduzem normas no intuito de escolarizar corpos. Desse modo, o presente artigo demonstra como a Educação Transviada configura-se como uma aposta contrassexual na escola. Para tanto, movimenta-se os estudos de Foucault (2014; 2019a; 2019b) sobre a sexualidade enquanto dispositivo de poder e a biopolítica, além do pensamento de Butler (2018; 2019a; 2019b; 2019c) sobre a lei simbólica na materialização dos corpos, a noção de escolarização de corpos e pós-identidade de Louro (2001; 2014; 2020) e os estudos de Preciado (2014) com a contrassexualidade. Metodologicamente, a pesquisa constitui-se de natureza qualitativa, de revisão bibliográfica e produção teórica. Como resultado, observamos que a escola muito mais que um espaço de educação, também reproduz as cisheteronormas e, para rompê-las é necessário apostar na Educação Transviada.

Referências

Bento, B.. (2014). O que pode uma teoria?: estudos transviados e a despatologização das identidades trans. In: Revista Florestan, 2 (1), 08-25.

Bento, B.. (2017). Transviad@s: gênero, sexualidade e direitos humanos. Salvador: EDUFBA.

Bourdieu, P.. (1989). Poder Simbólico. Lisboa: Difel.

Butler, J.. (2019a). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 18ª. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Butler, J.. (2019b). A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Tradução de Rogério Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Butler, J.. (2019c). Corpos que importam: Os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Veronia Daminelli e Daniel Yago Françoli. 1ª. Ed. São Paulo: n1 edições.

Butler, J.. (2019d). Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: Louro, G. L. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Tradução Thomaz Tadeu Silva. 4ª. Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Diniz, F. R. A; Oliveira, A. A. de. (2013). Foucault: do poder disciplinar ao biopoder. In: Revista Scientia, 2(3), 143 - 158.

Foucault, M. (1995). O Sujeito e o Poder. In: Rabinov, Paul; Dreyfus, H. Michel Foucault: uma trajetória filosófica - para além do estruturalismo e da hermenêutica. Trad. Vera Porto Carrero. pp.229-249. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Foucault, M. (2014). Do governo dos vivos: curso no Collège de France (1979-1980). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes.

Foucault, M.. (2019a). História da Sexualidade I: A vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 8ª Ed. Rio de janeiro / São Paulo: Paz e Terra.

Foucault, M.. (2019b). Microfísica do Poder. Organização, introdução e revisão técnica de Roberto Machado. 10ª. Ed. Rio de Janeiro / São Paulo: Paz e Terra.

Liblik, C. S. F. K.. (2016). A contrassexualidade como superação das dicotomias de gênero e sexo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 24(2), 653-656.

Louro, G. L. (2001). Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 9 (2), 541-553.

Louro, G. L. (2014). Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 16ª. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Louro, G. L.. (2020). Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 3ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Nunes, N.; Assmann, S. J.. (2000). A escola e as práticas de poder disciplinar. In: Revista Perspectiva, Florianópolis, 18 (33), 135-153.

Preciado, B. (2014). Manifesto contrassexual. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições.

Soares, M. C. (2022). Educação Transviada: (re)pensando o ensino de Sociologia pela não normatividade. São Paulo: Pimenta Cultural.

Downloads

Publicado

27/01/2023
Métricas
  • Visualizações do Artigo 120
  • PDF downloads: 0

Edição

Seção

Dossiê