TRÂNSITOS E FLUXOS: A ARTE DE ARMANDO QUEIROZ E MARCONE MOREIRA

Autores

  • Marisa Mokarzel no@email.com

Palavras-chave:

Artes Visuais, Armando Queiroz, Marcone Moreira, Globalização

Resumo

Discute-se o fluxo das artes visuais, observando-se o trânsito cultural e artístico delineado por obras de Armando Queiroz e Marcone Moreira que, na locomoção de ideias e formas, configura uma cartografia local/global de uma visualidade e realidade da Amazônia que pode ser identificada em outras regiões brasileiras. A partir das questões culturais interligadas ao processo de globalização que são abordadas por Néstor Canclini, Renato Ortiz e Moacir dos Anjos, analisam-se obras de dois artistas que, partindo de uma matriz específica, revelam imagens, paisagens e tensões vistas e vividas na Amazônia. Armando Queiroz mora em Belém e volta-se para sua região no sentido de construir um trabalho que, sem esquecer a especificidade da arte, deixa evidente uma proposta social e política, a qual, sendo local, ultrapassa os limites territoriais e provoca a reflexão sobre a arte e a hostil realidade observável não somente na Região Norte, mas em outras regiões e países. Marcone Moreira mora em Marabá, cidade localizada em uma área de conflito de terras, margeada por rios. O jovem artista, tal qual um arqueólogo, coleciona, analisa e utiliza os vestígios de materiais provenientes de construções, barcos e caminhões para formatar o seu próprio trabalho. Outras vezes, manda construir peças de cavernames de embarcações e as transforma em objeto lúdico com o qual o público interage nas ruas e espaços públicos. Os dois artistas, morando na Amazônia paraense, observando a paisagem e os contrastes sociais e políticos que os cercam, tecem as linguagens simbólicas de uma poética que traduz a Amazônica em trânsito, em deslocamentos entre o local e o global, traçando uma arte que se configura em um campo de contatos, trocas e apropriações.

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Publicado

08/12/2014
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