CRÔNICA
Palavras-chave:
SENTIDOS DA CULTURAResumo
Levantei-me, sabe Deus como, desta cadeira e fui à cozinha fabricar o meu café. Meus olhos se fechavam, sou lá de sestas? Foi o copito do tinto. Meus envelopinhos de "expresso" findaram, tive de repetir a cena tantas vezes presenciada na infância: "Dimitri, me empresta uma colher de moka?" Riu-se ele do "me empresta". Serge, idem, farta-se de rir dessa expressão. Usei-a hoje de manhã, quando lhe anunciei: "O expresso acabou, vou a Dimítrius a que me empreste do seu". - "Emprestado? Café?" Aí mimei o teatrinho da vizinhança em que me criei: "Dona Chiquinha, mamãe mandou pedir pra senhora emprestar meia colher de sal e duas de café". Serge repetiu, encantado: "Vizinha me empreste uma colher de café, que lhe pago com (aí falou o que não devia), caímos na gargalhada. Tudo é pretexto de risos entre nós, dia em que não o faço rir, é perdido? Não. Mas não é completo. Não será a vida mais um arte de aprender a se divertir com nada?Downloads
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28/11/2017
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Artigos