Grand Guignol de Papel: Cultura Midiática e Cultura das Bordas nos Faits-Divers
Resumo
Notícias de teor sensacionalista são familiares de gerações de leitores. Esse Théâtre du Grand Guignol de papel vem de tempos imemoriais. Foi pesquisando tais narrativas em jornais e revistas brasileiros da passagem dos séculos XIX ao XX e se perguntando qual seu lugar na economia dos periódicos impressos, que o conceito de “cultura das bordas” de Jerusa Pires Ferreira veio se juntar a outras referências para o desenvolvimento do trabalho. A definição de cultura das bordas para aquela produção impressa que não se definia pelos ditames do cânone, tampouco do folclore, caía muito bem para o fait divers que também dialogava com a cultura tradicional, mas já respondia à lógica da cultura midiática moderna. Este artigo tem como objetivo trazer à tona algumas das problemáticas relativas à análise dessas aparentemente insignificantes narrativas que são os faits divers e destacar como a obra da autora foi precursora dos estudos da cultura midiática no Brasil.
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