Belém e a “Cidade Velha”: Memória e História no imaginário de Milton Hatoum, nas representações de Luiz & Elizabeth Agassiz e Henry Bates
Palavras-chave:
Milton Hatoum, Belém do Pará, História e memóriaResumo
O ensaio elenca a imagem do urbano inscrita na literatura de ficção. Para tanto, elege, essencialmente, como corpus de análise a novela Órfão do Eldorado, do escritor Milton Hatoum, publicada originalmente no Brasil, em 2008, através da Editora Companhia das Letras. Apesar das imagens ínfimas, determinadas pela estrutura da narrativa da referida obra, são registradas, paisagens, cenas urbanas, as quais suscitam proposições acerca da memória e da história da cidade de Belém do Pará, principalmente no período que abarca a década final do século XIX e décadas iniciais do século XX (no contexto do espaço de memória conhecido como “Cidade Velha”). Para a elaboração de minha narrativa histórica faço incursões em outras fontes com, por exemplo, recentes estudos acadêmicos sobre a realidade social, cultural e histórica nos espaços urbanos belenense, relatos de alguns viajantes, fontes iconográficas, estudos de folcloristas. Por meio de algumas conjecturas, chego a seguinte conclusão: considerando o sentido da história na escrita criativa do escritor amazonense, o imaginário da cidade representado em sua obra suscita um debate sobre as condições de possibilidade para pensar e fazer uma história da cidade de Belém a partir da perspectiva vista de baixo, elucidando, assim, o papel histórico das classes populares e da cultura popular, através dos fios e dos rastros deixados por determinados sujeitos, os quais estiveram na história, contudo, subsumidos, pela historiografia tradicional.
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