O PROTESTANTISMO HISTÓRICO, NEOPENTECOSTALISMO E O "CALDO" CULTURAL PÓS-MODERNO.

Autores

  • Carlos Henrique de Souza josiasdacosta@gmail.com
    Doutorando em Ciências Sociais na Universidade do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Protestantismo, Pós-modernidade, Identidade.

Resumo

O objetivo deste trabalho é repensar o campo evangélico atual tendo como eixo temático a questão da identidade evangélica no contexto da pós-modernidade. A idéia é leitura de Fredric Jamenson sobre a noção de pós-modernismo, tendo como referencial base a questão do descentramento e dos fluxos identitários. A questão proposta é refletir sobre a rigidez das identidades do campo evangélico elaboradas pela sociologia do protestantismo até os anos 1980. Neste sentido, o texto avança sobre a classificação do neopentecostalismo na ótica do gradiente seita-igreja feito por parte da literatura sociológica dos anos 1990. Este processo agregou o pentecostalismo e seu crescimento a categoria acusatória de pentecostalização como degeneração e perda da identidade histórica das igrejas protestantes. O texto conta com um estudo de caso que teve como campo a Catedral Metodista do Rio de Janeiro. A ideia é pensar que atualmente, a partir do caso da carismatização das igrejas históricas, temos não a perda da identidade ou destradicionalização do protestantismo histórico, mas a presença de uma pan-identidade evangélica que ocorre a partir de um ecumenismo de base inserido no contexto de liquidez identitária atual.

Biografia do Autor

Carlos Henrique de Souza, Doutorando em Ciências Sociais na Universidade do Rio de Janeiro

Doutorando em Ciências Sociais na Universidade do Rio de Janeiro

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