A Docência na Engenharia Agronômica
Reflexões sobre gênero à luz do Materialismo Histórico-Dialético
Palavras-chave:
Docência, Gênero, Divisão Sexual do Trabalho, Engenharia agronômica, Marxismo]Resumo
Neste artigo apresentam-se os resultados finais da pesquisa de mestrado que tratou o trabalho docente exercido por mulheres formadas em engenharia agronômica tendo como referencial teórico Karl Marx, Heleieth Saffioti e Helena Hirata. Se por um lado, a masculinização da engenharia sobressalta a divisão sexual do trabalho, por outro lado, a feminização da docência faz com que se tenha a falsa impressão de que em tal profissão não exista divisão sexual do trabalho. Além da fundamentação teórica e da revisão bibliográfica, entrevistou-se as docentes do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Concluiu-se que as mulheres, embora venham conquistando espaços cada vez maiores na Engenharia Agronômica, ainda precisam vencer muitos obstáculos devido ao seu gênero. Outrossim, a docência embora seja uma profissão feminilizada, observou-se reflexos da divisão sexual do trabalho que corroboram com a teoria do Teto de Vidro.
Referências
Almeida, J. P. de (2007). Organismos internacionais e enfrentamento à precarização do trabalho das mulheres na América Latina. Curso de Política Social, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, DF.
Bardin, L. (1997). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70 – Brasil.
Engels, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado (Leandro Korner). Rio de Janeiro: Editorial Vitória (1953).
Hirata, H. (2002). Nova divisão sexual do trabalho? Um olhar voltado para a sociedade. São Paulo: Boitempo.
Hirata, H. & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, 37 (132), pp. 595-609.
Scielo. (1997). Scientific Electronic Library Online. Recuperado de: https://www.scielo.br/
Jorgensen, J. (2007). Engineering selves: negotiating gender and identity in technical work. Philadelphia, 15(3), 350-380.
Lombardi, M. R. (2005). Perseverança e resistência: a engenharia como profissão feminina. Tese de doutorado em Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. Disponível: http://hdl.handle.net/20.500.12733/1599375
Louro, G. L. (2004). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto.
Marx, K. (2004) Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo.
Marx, K. (1976) O Capital: Livro I Capítulo VI (inédito). São Paulo: Ciências Humanas.
Netto, J. P. (2011) Introdução ao Estudo do Método de Marx. São Paulo: Expressão Popular.
Oliver, G. S. (2005). O papel das escolas superiores de agricultura na institucionalização das ciências agrícolas no Brasil, 1930-1950: práticas acadêmicas, currículos e formação profissional. Tese de doutorado – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Rubin, G. (1975) The Traffic in Women: Notes on the “Political Economy” of Sex. Canadá: Monthly Review Press.
Saffioti, H. I. B. (2003). Conceituando Gênero. Revista: Gênero e Educação: caderno de apoio para a educadora e o educador, pp. 53-60.
Saffioti, H. I. B. (2009). Ontogênese e filogênese do gênero: ordem patriarcal de gênero e violência masculina contra mulheres. Revista Série Estudos e Ensaios, 1-44.
Santana, M. S. R. (2013) Trabalho docente e problematização da prática pedagógica à luz da teoria histórico-cultural. 2013. Tese de doutorado – Universidade Estadual Paulista, Marília, SP. Recuperado de: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/102236.
Szymanski, H. et. al. (2011). A entrevista na pesquisa em educação (4a ed.) Brasília, DF: Líber Livro.
Vaz, D. V. (2013). O teto de vidro nas organizações públicas: evidências para o Brasil. Economia e Sociedade, 22 (3), pp. 765-790.
Yannoulas, S. C. Feminização ou feminilização? Apontamentos em torno de uma categoria. Temporalis, 11 (22), pp. 271-292.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Povos, Diversidade e Educação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
