DÓCEIS MENINAS: REFLETINDO QUESTÕES DE GÊNERO EM CHUVAS E TROVOADAS

Autores

  • Raylton Carlos de Lima Tavares rayltoncarlos@gmail.com
    UFPA

Resumo

Este trabalho é um recorte da pesquisa de Iniciação Científica intitulada Discursos subversivos na literatura
amazônica: ideologias e relações de poder, orientada pela Dra. Rosângela Sousa e financiada pelo PIBIC-ProDoutor
(2017-2018). O gênero é parte das estruturas sociais que são prévias às nossas ações, entretanto, através da agência
humana as estruturas sociais podem ser mantidas ou transformadas, isto é, o gênero, enquanto estrutura, é passível
de mudança. O discurso é uma forma de ação/representação/identificação da qual lançamos mão para agir sobre as
estruturas, pois, apesar de ser por elas constrangido, ele também é socialmente constitutivo. Portanto, nesta
apresentação, objetivamos refletir sobre os discursos (modos de representar) acerca da mulher no texto Chuvas e
trovoadas, de Maria Lúcia Medeiros (2009). Para tanto, baseamo-nos na Análise de Discurso Crítica
(FAIRCLOUGH, 2003, 2016; VIERA; RESENDE, 2016; VAN LEEUWEN, 1997), no Realismo Crítico
(BARROS, 2015; RESENDE, 2009) e na Teoria Queer (BUTLER, 2018). Os resultados apontam que o texto
materializa dois discursos díspares: o machista, em que a mulher é um ser dócil, suas práticas são essencialmente
ligadas ao lar e a ser uma boa esposa; e o subversivo, onde há possibilidades outras de ser mulher/performatizar.
Dessa forma, o discurso machista é alçado no texto para ser ironizado e questionado pelo discurso subversivo.